Entrevista com a jornalista e pesquisadora Natalee Neco
- Labcom Univap
- 20 de jan. de 2020
- 4 min de leitura

Como vocês já devem saber, iniciamos há algum tempo, aqui no blog, uma série de entrevistas com pessoas incríveis que atuam na área da comunicação. O nosso último papo foi com a jornalista Jacqueline Lafloufa e teve um conteúdo muito bacana! (Clica aqui para conferir a entrevista).
Mas, nossa série está apenas começando, e hoje nossa entrevistada é a Natalee Neco. Graduada em jornalismo pela Universidade do Vale do Paraíba, Natalee se formou na turma de 2015 e, logo em 2017, ingressou na pós-graduação em Cultura Popular Brasileira, também pela instituição.
Em seus estágios conseguiu experiência de produção, pauta e reportagem. Passou por algumas assessorias de imprensa e por uma TV legislativa, a TV Câmara Jacareí. Após formada, trabalhou como assessora de imprensa na empresa Cebrace, depois na agência KMS Comunicação e na Prefeitura Municipal de Jacareí, onde trabalha atualmente. Paralelo aos empregos formais, ela ainda escreve para sites, blogs e produz conteúdo para redes sociais.
Resumindo: ela é maravilhosa e você não pode perder essa entrevista, né?
Equipe Labcom: Como surgiu o seu interesse pela área da pesquisa?
Natalee Neco: Na graduação, mais precisamente quando o Labcom nasceu na Univap. Já tinha um interesse nos anos anteriores, mas era mais raso. Quando, por meio do Labcom, eu entendi de fato a importância da pesquisa e seu poder de transformação na sociedade, eu compreendi que o meu caminho seria alinhado à academia.
EL: Como você decidiu em que área queria atuar? Você já tinha certeza do que queria fazer?
N: A certeza sobre jornalismo vem desde o ensino médio. Com a pesquisa, eu tive um reencontro com os estudos culturais, já intrínsecos na minha trajetória como pessoa. Assim, eu decidi que essa seria minha área de pesquisa, mesmo atuando profissionalmente em outros segmentos. O interesse pelos estudos culturais é algo além de apenas pesquisar ou um trabalho formal, é algo que pulsa genuinamente comigo.
EL: Você é pós-graduada em estudos culturais com ênfase em cultura popular brasileira, por que você decidiu optar por essa especialização?
N: As identidades culturais me acompanham como pessoa desde que me entendo como gente. Sou filha de uma nordestina e de um valeparaibano de São Paulo. Cresci com a curiosidade de entender de que forma a cultura forma a sociedade e interferi no desenvolvimento do ser humano. Na universidade, tive esse reencontro, como disse, com teorias que me apresentavam a reflexão sobre todas essas questões. Alinhei as ferramentas do jornalismo e da pesquisa para construir esse caminho no qual decidi seguir. Soube da especialização e fui entender como ela seria. Além de ser na Univap, acreditei que a grade curricular do curso e o corpo docente estavam de acordo com os meus interesses dentro da cultura popular. A pós-graduação foi um marco bem simbólico nessa minha trajetória, me mostrando inúmeros pontos de vistas. Consegui desvincular um pouco da comunicação e agregar um olhar mais antropológico e histórico para a minha pesquisa.
EL: Você passou recentemente para o Mestrado na USP, como você escolheu em qual instituição continuar seus estudos?
N: Busquei o mestrado em estudos culturais em alguma universidade dentro de São Paulo e que fosse referência. A USP apareceu como primeira opção. Fiquei em dúvida entre a Universidade Metodista também, mas priorizei a tentativa de ingressar em uma instituição pública.
EL: Qual é o tema do seu mestrado e como você escolheu?
N: Inicialmente, meu projeto de pesquisa será “A presença das benzedeiras no Circuito da Fé, região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo”.
"É questão de priorizar o que faz o nosso coração pulsar".
EL: Como foi desenvolvida sua pesquisa para o mestrado?
N: Meu interesse principal dentro dos estudos culturais é a cultura popular e quero trazer todas as minhas pesquisas para o Vale do Paraíba, acreditando no potencial da nossa região. Na pós, uma das áreas que mais me atraiu foi a religiosidade popular e vejo um campo muito grande de compreensão antropológica dentro dele.
EL: Há dificuldade de se apresentar como pesquisadora no mercado de trabalho? Por quê?
N: Sim. Estamos em uma região carente para alinhar pesquisa e prática dentro dos estudos culturais. Mesmo buscando esse lugar no mercado de trabalho, ainda vejo muita dificuldade.
EL: Você atua no mercado de trabalho em outras funções, como assessora de imprensa e analista de mídias sociais. Como é conciliar esses trabalhos com a pesquisa?
N: Consigo conciliar de maneira tranquila. Me dedico das 9h às 18h ao meu trabalho e depois do expediente, faço o que realmente me motiva na profissão. É questão de priorizar o que faz o nosso coração pulsar. Quando isso acontece, o tempo vira parceiro.
EL: Qual é a maior dificuldade que você encontra em ser pesquisadora?
N: Em minha opinião, a maior dificuldade é ter uma renda e ser pesquisadora. Como disse, vejo que o Vale do Paraíba é ainda muito carente na valorização da pesquisa e no investimento de instituições que compreendam o papel do pesquisador.
EL: Qual dica você daria para quem quer trabalhar como pesquisador (a)?
N: Resistir. Seguir como pesquisador (a) é um caminho de dedicação naquilo que se acredita e na transformação que pode oferecer à sociedade. Demanda tempo e escolhas, mas é gratificante.
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