Labcom no Intercom Sudeste!
- Labcom Univap
- 25 de mar. de 2019
- 3 min de leitura
Coordenadora do Labcom, Kátia Zanvettor, conta como foi a experiência do Labcom no congresso de comunicação que aconteceu na capital mineira. Confira!
Entre 7 e 9 de junho eu e parte das alunas e alunos que compõe o LabCom Univap participamos do Intercom Sudeste, Congresso de Comunicação realizado pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Foram três dias na capital mineira Belo Horizonte para apresentar nossos trabalhos de pesquisa desenvolvidos durante o semestre, assistir trabalhos de colegas, conhecer a dinâmica da instituição sede (a Fumec) e, claro, vivenciar a cidade. Mas tá, o que de fato aprendemos ao participar de um evento como este? Vale à pena parar tudo para ouvir e falar sobre pesquisa?
Há 16 anos, desde quando comecei meu mestrado, eu respondo sim para essas perguntas e nunca me arrependo. Precisamos lembrar que ainda que o objetivo central dos congressos acadêmicos seja o processo de divulgação científica, o que acontece na prática quando reunimos em um único espaço, de modo intenso e extensivo, pesquisadores da mesma área de interesse, muitos outros objetivos são contemplados. Para destacar alguns: ampliação da percepção da importância da pesquisa, desenvolvimento de uma inteligência coletiva, possibilidade de integração entre projetos...
Agora, este Intercom Sudeste foi especial para mim porque foi a primeira vez que eu participei junto com um grupo que coordeno.

E essa experiência única me ensinou muita coisa sobre o meu próprio trabalho e meu processo de ensino em pesquisa, confirmou e refutou algumas hipóteses. Vamos a elas:
O ensino da pesquisa em comunicação deve e pode ser iniciado na graduação. Porém, o processo é mais lento porque entrar no universo da pesquisa é algo que requer um esforço do pesquisador-aluno, ou seja, o professor pode orientar, mas quem vai mesmo descobrir o que é pesquisa são os próprios alunos em um processo longo de tentativa e erro. Ou seja, aprender a pesquisar é, inevitavelmente, uma prática de autodidática.
A produção da pesquisa é solitária, mas a sua validação é coletiva e o Congresso serve para ensinar isso aos pesquisadores-alunos. Quando os alunos são forçados a apresentar, são questionados sobre o seu trabalho e debatem sobre o trabalho de outros eles percebem que a dinâmica da pesquisa é constituída dessas duas fases: desenvolvimento e validação. Validar a pesquisa, argumentando e defendendo ela em público é um exercício muito forte de construção do saber.
A pesquisa deve ser movida de paixão e dúvidas. Não há objeção que para você se debruçar por um longo tempo sobre o tema ele tem que gerar paixão, você precisa querer saber tudo sobre o que pesquisa para aquilo funcionar, porém, quem gosta de pesquisar deve também gostar daquela sensação de incômodo da dúvida que qualquer pesquisa provoca, afinal, sempre tem uma pergunta não respondida sobre qualquer tema, sempre tem um ponto de interrogação que, justamente, é o que faz a pesquisa avançar. Sem a dúvida não faz sentido pesquisar e isso o Congresso ensina quando permite que outras pessoas olhem para o seu objeto de perspectivas diferentes e questione-o.
Eu poderia continuar essa lista por um bom tempo, mas vou parar por aqui deixando esse texto também em aberto para, quem sabe, receber outras visões sobre o que aprendemos no Intercom. Eu, da minha parte, continuarei meu trabalho cotidiano e de formiguinha de estimular meus alunos à pesquisa no LabcomUnivap. Ainda que eles não se tornem pesquisadores e professores, tenho certeza que o espírito científico dá para eles características como superação, resiliência e autodidatismo que são elementos cada vez mais importantes para o mercado de comunicação.
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