Admirável Foucault Novo
- Labcom Univap
- 7 de ago. de 2019
- 3 min de leitura
Escrito por Yan Bertone
A relação do saber e do poder presente na literatura de Huxley
Para quem gosta do assunto, é normal já ter lido ou até ouvido falar de Admirável Mundo Novo, a obra literária de Aldous Huxley que é muito estudada sobre o sistema de vivência por ela retratada. O que assuste talvez seja o que Foucault pode ter a ver com o tal livro, já que o estudo de seus livros, teorias e discursos é considerado, por muitos, algo complexo.
Então vamos lá! Claro que esse é apenas um texto que liga as ideias dos autores, o entendimento de Foucault vai muito além do que está escrito aqui, mas nada como uma análise mais leve que pode ajudar a entender alguma coisa sobre o assunto, não é mesmo?
Começando pela obra literária, temos, apresentada por Huxley, uma sociedade dividida em castas. São elas: Alfa, Beta, Gama, Delta e Ípsilon – o grau de importância de cada um diminui conforme ele se insere em castas consideradas inferiores.
Em meio a narrativa há, também, os selvagens: um retrato da sociedade atual como estamos acostumados, utilizada para contrastar com o sistema apresentado no livro.

Mas afinal como alguém sabe como foi parar nessa divisão? A sociedade de Huxley é adepta ao condicionamento (físico e psicológico) dos seus integrantes. Os cidadãos Alfa são maiores e mais inteligentes que os Ípsilon, mas ninguém escolheu onde chegaria, a divisão funciona desde o nascimento de cada um.
Os Alfa são os mais importantes da sociedade, a eles é transmitida a maior quantidade de saberes e conhecimentos, para agirem na tomada de decisões, enquanto os demais sofrem atém mesmo com o tamanho corporal. As camadas mais baixas têm cidadãos menores para caberem em locais pequenos e desempenhar papéis práticos.
A formação de um cidadão em Admirável Mundo Novo é tida pela transferência de saberes: quanto mais a pessoa sabe, mais poder ela tem dentro da sociedade. É aí que entra Foucault.

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